.

Texto A

Lê com atenção o texto seguinte sublinhando e anotando o que te parecer mais importante :

Dario

    1 Dario era um menino igual a todos os outros meninos: cabelos castanhos e finos; carita magra, áspera, queimada do sol e do vento; olhos negros e grandes com duas meninas a mexer lá dentro; corpito delgado e fino como um pinheiro novo; mexido e vivo como uma bola de futebol no jogo.

     Gostava de pássaros, de peixes, de cachorros, de ovelhas e de bois.
     5    Morava à beira do rio, no bairro novo, mas conhecia de cor todos os cantos da vila. Em toda a parte tinha amigos com quem jogava o pião, a bilharda, a bola, as caricas, ao mata; com quem tomava banho de manhã nas águas limpas do rio, ou à tarde, no ribeiro das rãs de grandes olhos redondos, curiosos. No tempo das vindimas iam pelos campos colher as pernadas das uvas maduras que os vindimadores deixavam nas vinhas.  Conversavam muito e por isso sabiam coisas do arco-da-velha. Conheciam todos os ninhos dos galhos, todas as histórias da ponte da Pinoca e todas as façanhas do burrinho Prim que bebia vinho. Falavam com as andorinhas que chegavam, com as que partiam e com os borrachinhos quase rebentados que

 apanhavam do chão em dias de vento.
   13   E subiam a encosta para olhar a vila cheia de cor a brilhar ao sol como um postal ilustrado.
     Na terra de Dario as pessoas gostavam de ver água e construíam as casas à beira do rio e voltadas para ele como lavadeiras de pés na margem.

 16    Por cima dos telhados muito vermelhos subia a torre da igreja, com quatro sinos de bronze que faziam barulho doido nos dias de festa. As casas eram todas pintadas de cores claras e alegres e nas ruas frescas e asseadas havia aromas de eucalipto, de flores e de verdura. Nas varandas das janelas, as sardinheiras e os chorões, de raízes enterradas nos vasos, desfaziam-se em flores pelos muros abaixo. Cada porta tinha à entrada uma roseira vermelha ou uma latada verde cheia de passarinhos tontos a chilrear.

20   As pessoas conheciam-se umas às outras, paravam a cumprimentar-se e tinham um ar contente nos olhos.
     Quando Dario chegava ao alto da encosta e olhava a sua terra refletida no rio, dizia com orgulho para os amigos:

      — Eh pá, que linda! Toda metidinha na água de cabeça para baixo…

24   — E também de cabeça para cima. Ora vejam! — dizia o Quim. — Até parecem duas, agarradas pelos pés.
 Vejam! Vejam lá!…

MARIA NATÁLIA MIRANDA, Dario, Sol nos Olhos Pés no Rio, Didáctica Editora, 1988

Interpretação e Componentes da Narrativa [36%]

1. Preenche o quadro abaixo com as informações pedidas: [4]

2. Completa os espaços em branco nas afirmações seguintes: [4]

Neste Texto Narrativo predomina a Descrição, pois o narrador faz o ___________________________ da personagem Dario, descreve a ____________________________________ do campo onde brinca com os amigos e carateriza o________________________________  da vila onde vive. A maioria dos Verbos está no

___________________________________  ______________________________.

3.  Completa o quadro abaixo transcrevendo expressões relativas ao retrato físico da personagem principal:[4]

4. Identifica os dois recursos expressivos com que o narrador enriqueceu esse retrato físico. [4]

________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________

5. Relê o terceiro parágrafo e enumera duas atividades favoritas de Dario e seus amigos. [2]

_________________________________________________________________________________________

6. Assinala com uma X a opção correta de acordo com o sentido do texto. [2]

 “Conversavam muito e por isso sabiam coisas do arco-da-velha.”

A afirmação anterior significa que os miúdos

                    Inventavam histórias sobre coisas que não existiam.

                    Sabiam coisas misteriosas mas verdadeiras

                    Conheciam bem o passado da Vila.

                    Sabiam coisas fantásticas e espantosas.

7. Preenche o quadro abaixo, identificando as Sensações Imaginárias que as expressões transcritas nos transmitem: [4]

8. A partir do 4º parágrafo, encontras a Descrição da paisagem que Dario e os miúdos admiravam do alto da encosta.

“ E subiam a encosta para olhar a vila cheia de cor a brilhar ao sol como um postal ilustrado.”

Preenche o quadro abaixo fazendo corresponder, aos verbos ricos, de movimento, e às expressões de localização,  os elementos descritos: [4]

9. Relê os parágrafos 6 e 7 e carateriza, por palavras tuas, o ambiente que se vive na Vila de Dario. [4]

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

10. Explica, por palavras tuas, o sentido da frase de Dario, ao observar a sua vila lá do alto da encosta: [4]

“- Eh Pá, que linda! Toda metidinha na água de cabeça para baixo…”

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Texto B

Entrevista a Maria Natália Miranda [14]

E - Dr.ª Maria Natália Miranda, como e onde começou a sua paixão pela escrita?

R: Para lhe dizer a verdade, nem sei bem. Penso que desde que aprendi a ler e a escrever. Imaginava historiazinhas e fazia com elas livros pequeninos e ilustrados que lia às minhas amigas e depois ensinei a fazer aos meninos da escola. De vez em quando ainda aparecem lá por casa algumas dessas preciosidades que me fazem sorrir.

E - A literatura infanto-juvenil é uma marca muito forte da sua carreira, junto do grande público. Quando começou este género literário na sua escrita?

R: Comecei por escrever os primeiros livros para concorrer aos prémios da Gulbenkian : “O ambiente na literatura infanto-juvenil”. O primeiro que fiz e enviei para esse concurso foi o livro «Dário sol nos olhos pés no rio ». O livro estava indigitado para receber o prémio.

E – Quais são as suas fontes de inspiração?

R: Inspiro-me nos meus ambientes Serranos, nos meus horizontes, nas minhas vivências, na natureza que me envolve, na minha terra com as suas festas religiosas ou laicas, na minha infância, adolescência, ou outras fases da vida, nas pessoas que merecem a pena registar..

E – Que recordações guarda, dos seus anos de infância, em Canas de Senhorim?

R: As melhores possíveis. Desses anos da minha meninice é que têm saído as boas inspirações para os livros infanto-juvenis. Amigos da minha rua, da minha escola, da minha porta, e da terra em geral “têm -me dado pano para mangas”. Amigos humildes, simples, solidários, que me respeitavam e que eu respeitava e com todos convivia.

E – Que lugares marcaram a passagem da Natália Miranda menina para a Natália Miranda escritora?

R: Quero salientar os campos coloridos na Primavera, os matos com suas flores agrestes - a queirós, a torga, o rosmaninho, o tojo, a giesta, as ramarias sussurrantes dos pinhais, junto dos quais me sentava às vezes a ouvi-las falar na sua voz de vento, a serra tão azul ou tão branca em tempos de neve.

Todas estas vivências passaram e têm feito o encanto dos meninos das cidades deslumbrados com a natureza: os seus rios, riachos, pássaros, plantas que servem de remédios e curam maleitas…

Excertos da Entrevista a Natália Miranda em:

http://canasempesocanas.blogspot.pt/2011/01/entrevista-dr-maria-natalia-miranda-ao.html

1. Preenche o quadro abaixo com informações retiradas do texto: [7,5]

2. Explica, por palavras tuas, o sentido da expressão idiomática sublinhada: [3]

“Amigos … da terra em geral, têm-me dado pano para mangas.”

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3. Encontras semelhanças entre o que a Autora recorda da sua infância e o texto que escreveu sobre Dario? Justifica a tua resposta, com palavras próprias. [3,5]

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Gramática [30]

Homónimas, Homófonas, Homógrafas e Parónimas [3]

1. Observa as frases seguintes e escolhe, em cada uma, um par de palavras que possas comparar; depois, preenche o quadro abaixo, classificando os pares que comparaste.

1.1. “Eu conheço de cor a cor de cada uma destas flores.”

Frase Simples e Complexa

2. Indica se a frase seguinte é simples ou complexa e justifica a tua resposta: [4]

2.1. “Nas varandas das janelas, as sardinheiras e os chorões, de raízes enterradas nos vasos, desfaziam-se em flores pelos muros abaixo.”

_________________________________________________________________________________________Classe das Conjunções

3. Analisa as palavras de ligação nas seguintes frases complexas, completando o quadro abaixo: [6]

3.1. “Quando Dario chegava ao alto da encosta, dizia com orgulho para os amigos….”

3.2. “Os miúdos sabiam coisas do arco-da-velha porque conversavam muito.”

Frase  Complexa:  classificação de Orações

4. Classifica as orações da frase complexa seguinte: [6]

Classificação Morfológica

5. Recorda as Classes e subclasses de palavras que aprendeste e preenche o quadro abaixo: [7]

“Por cima dos telhados muito vermelhos, a torre da Igreja subia.”

Classes Abertas e Fechadas de Palavras – Classes de Palavras Variáveis e Invariáveis

6. Preenche o quadro abaixo de modo a identificares classes abertas e fechadas, palavras variáveis e invariáveis : [4]

“Até parecem duas vilas, agarradas pelos seus pés. Vejam lá”

 Texto C [20]

– Recorda o que aprendeste sobre a técnica e a arte da Descrição de Paisagem.

- Vais agora escrever um texto, com cerca de 140 palavras, escolhendo um e só um dos seguintes Temas:

Tema A – Redige um texto em que descrevas uma das Paisagens que recebeste com o enunciado do teste.

Acrescenta livremente os elementos que te parecerem adequados para valorizares a tua descrição. Podes imaginar personagens e as suas atividades nesse espaço descrito e recriado.

Tema B Redige um texto em que descrevas uma Paisagem que conheças bem e que esteja ligada à tua vida.

Podes explicar o que ela significa para ti ou relatar vivências tuas nesse local.

Seja qual for o tema escolhido, observa as indicações seguintes:

1. Ordena o que vês em três planos; começa por descrever o que está mais perto e avança progressivamente até ao que está mais longe.

2. Diversifica as expressões de localização: à direita, mais ao fundo, um pouco depois...

3. 1.Substitui os verbos pobres, de localização, como “fica, há, está”, por verbos expressivos de movimento: “...ergue-se um prédio...corre uma cerca verde ao longo do jardim...estende-se um bairro de moradias...crescem pinheiros...abre-se uma rua...serpenteia uma estrada...avançam nuvens...”

3.2. Substitui a forma verbal “vejo” por outras, como: observo, avisto, distingo, aprecio, admiro, descubro, etc.

4. Enriquece o vocabulário com adjetivos, recursos expressivos e imagens sensoriais que exprimam cores, tons de cor, sons, aromas e outras qualidades da natureza.